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Precisamos falar sobre trans, artes cênicas e REPRESENTATIVIDADE

Artistas trans perdem papéis de personagens trans para homens/mulheres cis

Em 2018 houve a repercussão sobre o cancelamento da peça O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu, em Pernambuco, devido a polêmica provocada pela atração ter causado prejuízo com as parcerias que viabilizaram o evento. Já em Porto Alegre, um advogado moveu processo pedindo proibição do espetáculo argumentando desrespeito religioso, felizmente foi negado. Tudo porque a peça é protagonizada pela atriz e mulher trans Renata Carvalho, que encena Jesus trans. Esses acontecimentos levam a questões como intolerância, representatividade trans nas artes cênicas e transfobia.

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Foto: Divulgação

Com poucas oportunidades e representatividade no teatro, as resistências são forças para quem sonha viver apenas de atuar. Mas, essa discussão não começou agora. Exemplo de intolerância e trans fake (outra barreira enfrentada nesse universo) é o caso da atriz e modelo trans Telma Lipp (1962-2004), que foi convidada para interpretar a travesti Lady Di no filme Carandiru (2003), mas, desvinculada do elenco pouco antes das gravações e substituída pelo ator Rodrigo Santoro. O motivo foi por “questões de marketing”, após pressão dos patrocinadores.


“O “trans fake” é, portanto, estrutural, como o racismo que banaliza a não presença de intérpretes negros em montagens que não dialoguem com temas como preconceito racial" afirma Sérgio Maggio jornalista, diretor e dramaturgo para o portal de notícias Metrópoles.


Outros exemplos de trans fake no mundo das artes são: No espetáculo Gisberta , que conta a história de Gisberta Salce Junior, transexual morta em Portugal em 2006. A peça é encenada por um homem cisgênero, Luis Lobianco.  Já na novela A Força do Querer (2007) Carol Duarte, que interpretou Ivan, contando a história de um homem trans em transição, e Silvero Pereira com o personagem Eurico, o motorista que a noite fazia shows como transformista. Os exemplos citados foram duramente criticados pelo movimento Representatividade Trans, que gerou um manifesto com o intuito de sensibilizar dramaturgos, diretos e atores cisgêneros.

Dandara Vital, mulher trans, atriz e ativista, fez uma participação na novela A Força do Querer.  A atriz comenta que é feminina demais para encenar uma travesti e tem voz grossa demais para ser uma mulher cis. Completa “é bem complicado, porque nas artes virou moda falar sobre nossas vivências, mas dar oportunidade para pessoas trans e travestis nem tanto. Por isso, eu tive que me reinventar na arte quando percebi que não podia ter tudo o que queria por ser travesti. ”

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Foto: Reprodução/Representatividade Trans

No momento a dica para apreciar o talento de uma artista trans é assistir a segunda temporada da série Carcereiros na TV Globo, onde a atriz trans Wallie Ruy interpreta a personagem Sheila, irmã de Érika (Leticia Sabatella). Conte para gente se você já assistiu alguma peça ou filme com atores trans!

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